Primeira impressão em 3D de um dinossauro português

O Museu da Lourinhã apresenta ao público o primeiro dinossauro português construído através de impressão 3D, o Lourinhanosaurus antunesi. Este era um dinossauro carnívoro de porte médio que viveu em Portugal, há cerca de 150 milhões de anos. O esqueleto agora apresentado foi construído pela empresa inglesa Nichecraft Conservation – Remmert Schouten, para o Museu da Lourinhã.
A construção desta réplica foi um trabalho de mais de meio ano e contou com a colaboração de especialistas em diferentes áreas. Começou-se pela digitalização e produção do modelo 3D dos fósseis desta espécie encontrados na Lourinhã, realizado por Matteo Belvedere (paleontólogo na Universidade de Florença, Itália).
Como não se conhecem todos os ossos deste animal, seguiu-se o árduo trabalho de reconstruir o resto do esqueleto digitalmente, com base em ossos de outras espécies de dinossauros próximas, trabalho realizado pela empresa inglesa, com o apoio de Dan Deegan (da empresa Danimate) e o acompanhamento científico da equipa de paleontólogos colaboradores do nosso museu . O resultado foi um esqueleto do lourinhanossauro digital, reconstruído à luz do conhecimento atual da espécie.
Com o modelo 3D pronto, restou torná-lo “real”. Os diferentes ossos foram impressos em impressoras 3D, em Portugal, por aquela empresa inglesa, com a colaboração inicial do paleontólogo Anne Schulp, do Museu Naturalis, nos Países Baixos. Seguiu-se, então, a fase da montagem. Os diferentes ossos que compunham este animal foram colocados nas suas devidas posições, trabalho que contou com a ajuda de Jean Pierre Mayen e Jacques Harper.
Deste vasto trabalho resulta o primeiro esqueleto de um dinossauro português produzido através da tecnologia de impressão em 3D, com base no conhecimento científico atual, que pode ser agora visto no Museu da Lourinhã, onde vai estar exposto, até março de 2021, havendo uma apresentação virtual da réplica, no 24 de junho, aniversário do museu.

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Mais informações:
Relembramos a história desta espécie. Parte do esqueleto de um dinossauro carnívoro foi encontrado em 1982, por um agricultor, na Peralta (Lourinhã). O estudo deste esqueleto pelo paleontólogo Octávio Mateus, colaborador do Museu da Lourinhã e da Universidade da Universidade Nova de Lisboa, revelou tratar-se de uma espécie de dinossauro não conhecida até então, publicando este achado em 1998 com o nome de Lourinhanosaurus antunesi. Este achado também é muito especial por apresentar gastrólitos (seixos engolidos pelos animais para auxiliar a digestão) na zona torácica, tornando-o o primeiro dinossauro carnívoro ser encontrado com estes seixos.
Esta espécie de dinossauro só foi encontrada até agora na Lourinhã. Para além de alguns dos seus ossos, também lhe é atribuído o ninho de dinossauro, com embriões, descoberto em Paimogo (Lourinhã), nos anos 90. A descoberta deste ninho em muito contribuiu para a afirmação da Lourinhã como área de excelência para a descoberta de vestígios de dinossauros.
Nos anos de 2000, este esqueleto parcial fossilizado de lourinhanossauro serviu de base para a construção de uma primeira réplica. Desde então, o conhecimento de como era este animal foi evoluindo e a tecnologia de produção de réplicas também, o que originou a produção de uma nova réplica.

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