Cesteiro

Os vimeiros, hoje pouco representados na flora da região, eram bastante usuais na flora da região, nomeadamente nas margens de rios e ribeiros servindo para fazer extrema de propriedades, assim como segurar as terras contra o efeito erosivo das águas. Os seus troncos longos, pouco ramificados e flexíveis eram a matéria prima com que se faziam os cestos de vime.

Os cestos poderiam ter diferentes formas e tamanhos conforme a função a que se destinavam, assim: temos um cesto médio redondo com uma asa que normalmente eram utilizados para levar o “jantar” (meio-dia) aos homens que trabalhavam no campo, podendo servir ainda para plantar batatas, apanhar fruta, etc.; um cesto médio rectangular, com tampa, utilizado essencialmente para transporte de queijos para venda de porta em porta, e para o transporte do farnel dos homens que trabalhavam no mar; pequeno cesto de asa destinado a derreter o sulfato de cobre para a “pulveriza”; e cesto com asa em T destinado à bica do lagar para impedir a passagem dos engaços.

O aparecimento de materiais mais práticos, leves e de fácil limpeza, como os plásticos e outros polímeros derivados do petróleo, substituíram o vime e acabaram por levar ao desaparecimento do cesteiro, tendo esta profissão na Lourinhã como um dos últimos executantes os indivíduos mais velhos da etnia cigana.